Segundo Boletim Focus, do BC, mercado financeiro aumentou de 1,84% para 2,14% a projeção
Às vésperas de nova reunião do BC (Banco Central), que deve acontecer entre terça (20) e quarta-feira (21), para definição do percentual da Selic, a taxa básica de juros, o banco divulgou, por meio do Boletim Focus, as estimativas dos economistas em relação ao crescimento da economia, que teve alta pela sexta vez consecutiva, saltando de 1,84% para 2,14%. O relatório foi divulgado nesta segunda-feira (19).
Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o indicador oficial da inflação brasileira, também apresentou recuo, descendo de 5,42% para 5,12%. Em relação ao ano que vem, a previsão permaneceu em 4%. Já para 2025 foi estimada inflação de 3,8%, mesmo percentual para 2026.
A projeção do IPCA para este ano está acima do teto da meta de inflação buscada pelo BC. Essa meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e está em 3,25% para este ano. A tolerância é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. Assim, o teto é superado quando atinge o limite máximo de 4,75%; ou o mínimo de 1,75%. A chance de que a inflação oficial alcance o teto da meta do BC é de 83% neste ano, segundo a instituição.
A estimativa do mercado financeiro para a inflação de 2024 também ficou acima do teto da meta, fixada em 3%, mas ainda dentro da tolerância de 1,5 ponto percentual. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no mês de maio, sob influência da alta no setor de saúde e cuidados pessoais, o IPCA havia registrado 0,23%, resultado abaixo do registrado em abril, de 0,61%. O acumulado em 12 meses ficou em 3,94%, seguindo a tendência de queda apresentada desde junho de 2022, quando o índice registrava 11,89%.
SELIC
O Boletim Focus é um levantamento semanal com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores da economia brasileira. O documento, no qual constam mais de 1.000 consultas a instituições financeiras na última semana sobre estimativas para a economia.
De acordo com o boletim, a Selic, a taxa de juros da economia brasileira, teve a previsão revisada, e mostrou queda de 12,50% para 12,25% ao ano em 2023. Revela, ainda, corte de 10% para 9,5% da previsão da Selic para o ano que vem, além da manutenção da taxa básica para 2025, em 9%, e para 2026, em 8,75%.
Atualmente mantida pela sexta vez consecutiva em 13,75%, a expectativa do mercado financeiro é a de que a Selic sofra um corte e comece a recuar a partir de agosto, inicialmente para 13,5%. Previsão anterior dava conta de que os juros começassem a recuar apenas em setembro. As projeções do Copom, além da de 13,5% ao ano em agosto, 13,25% em setembro; 12,75% de outubro a novembro, e de 12,25% em dezembro.
Para o corte de juros em agosto, a instituição deve esperar a definição do IPCA, considerado a inflação oficial do Brasil, de maio, que havia somado 0,23%. A inflação oficial havia atingido 3,94% em 12 meses. O indicador mede mensalmente a variação nos valores de série de produtos e serviços comercializados no País.
INFLAÇÃO
Na última semana o BC havia divulgado que o mercado financeiro havia diminuído a estimativa para a inflação para este ano. De acordo com último Boletim Focus, a previsão para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do Brasil, recuou de 5,69% na última previsão para 5,12% este ano.
Já a estimativa de inflação para 2024 havia ficado em 4,04%. Em 2025, de acordo com a publicação no portal do BC, a projeção de inflação marca 3,9%, e, para 2026, 3,88%.
A projeção do IPCA para este ano está acima do teto da meta de inflação buscada pelo BC. Essa meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e está em 3,25% para este ano. A tolerância é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. Assim, o teto é superado quando atinge o limite máximo de 4,75%; ou o mínimo de 1,75%. A chance de que a inflação oficial alcance o teto da meta do BC é de 83% neste ano, segundo a instituição.
A estimativa do mercado financeiro para a inflação de 2024 também ficou acima do teto da meta, fixada em 3%, mas ainda dentro da tolerância de 1,5 ponto percentual. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no mês de maio, sob influência da alta no setor de saúde e cuidados pessoais, o IPCA havia registrado 0,23%, resultado abaixo do registrado em abril, de 0,61%. O acumulado em 12 meses ficou em 3,94%, seguindo a tendência de queda apresentada desde junho de 2022, quando o índice registrava 11,89%.
Já o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15), que mede a prévia da inflação oficial do País, ficou em 0,51% em maio. O IPCA de maio será divulgado nesta quarta-feira (7).
JUROS BÁSICOS
A Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, é a ferramenta do Banco Central para tentar alcançar a meta de inflação. No início do mês passado ela havia ficado em 13,75% ao ano pela sexta vez consecutiva pelo Copom (Comitê de Política Monetária), ligado ao BC. O indicador está nesse patamar desde janeiro de 2017.
A estimativa do mercado financeiro é que a Selic chegue ao fim de 2024 com queda, chegando à casa de 10% ao ano. Já para o fim de 2025 a previsão do mercado é que recue ainda mais, a 9%, baixando para 8,75% ao ano até o fim de 2026.
Mesmo sendo alvo de constantes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pressões para redução da taxa, inclusive com manifestação do Sindicato dos Metalúrgicos pelas ruas de São Bernardo do Campo na última semana, o Copom manteve os juros em 13,75% ao ano. Os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia.
Porque, quando há o aumento da taxa, com objetivo de conter a demanda aquecida, há reflexo nos preços dos produtos porque juros nas alturas tornam caro o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais amenas também podem criar dificuldades para o crescimento da economia. Quando ocorre o contrário, com o BC diminuindo a Selic, o crédito tem tendência de ficar mais barato, o que cria incentivo ao consumo e à produção, diminuindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas e serviços produzidos no Brasil, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia no País em 2023 havia passado de 1,68% para 1,842%. Para 2024, a projeção para o PIB é de crescimento de 1,27%. A projeção prevê alta tanto para 2025, de 1,7%, quanto para 2026, de 1,99%.
Na última sessão, a projeção para a cotação do dólar havia fechado em R$ 5,10 para o fim de 2023. E, por fim, a estimativa da moeda norte-americana para o fim de 2024 havia fechado o relatório em R$ 5,17.